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domingo, 13 de abril de 2014

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ENTRE O DESEJO E A ABSTINÊNCIA SEXUAL 
Por Nicéas Romeo Zanchett 
                    Ainda hoje persiste o conceito, de origem religiosa, de que a abstinência sexual é mais penosa para o homem que à mulher. 

         Em 1559, Santa Teresa admitia o êxtase pela fruição do corpo, mas um prazer transfigurado, místico e não genital. Além disso, por razões de ordem médica - contracepção, pós-operatório, doenças venéreas e a própria gravidez - criou-se ao longo do tempo uma ideia absolutamente infundada de que a mulher podia abrir mão de sua vida sexual sem problemas. Mas o código sócio-sexual que determina esse tipo de norma é extremamente machista; a carência sexual, assim como a afetiva, é um mal que atinge a ambos os sexos. Uma mulher saudável tem a mesma necessidade de fazer amor que a sentida por um homem na mesma condição. 
                    
Escultura de Romeo Zanchett 


               Em sua juventude, Santo Agostinho, foi um severo crítico do Cristianismo. Mas sua conversão o levou a transformar-se num dos maiores teólogos de todos os tempos. 
                  Nasceu no século V. Com 16 anos, iniciou seus estudos de jurisprudência e retórica, em Cartago. Os costumes daquela época eram bastante licenciosos; principalmente entre os estudantes de Cartago. Aos 18 anos, ele tinha uma amante e já era pai de um menino. Até os 20 anos de idade, Agostinho viveu em Cartago lecionando Retórica, quando se transferiu para Roma, levando a mãe, a amante e o filho. Mais tarde, estabeleceu-se em Milão, onde passou a interessar-se pelo Cristianismo que antes criticava. Sua mãe, Mônica, cedo convertida ao cristianismo, rezava pela conversão do filho e pedia-lhe que abandonasse a amante e se casasse com outra moça. Finalmente a amante foi enviada de volta à África e seu filho permaneceu em Milão. A saudade da amante expulsa o atormentava menos do que levar uma vida ascética. "Deus, dá-me a castidade, mas não neste momento", era a sua oração cotidiana, pois arranjara uma nova amante, embora se atormentasse em auto críticas.  

               Seu conflito íntimo culminou numa crise de nervos. Chorando, ele se jogou ao chão. Exclamava: "Quanto tempo ainda? Amanhã de novo... Amanhã de novo...!" Nesse momento viu uma criança no jardim vizinho brincando com uma bola e cantando: "Tome e leia. Tome e leia."  Agostinho interpretou o acontecimento como um sinal do céu. Aceitou o batismo e mandou batizar  o filho. 
                Aos trinta e sete anos de idade, recebeu em Hippo Regius - hoje o porto de Bone,  Argélia - as primeiras ordens canônicas. Quatro anos depois, ganhou o titulo de sacerdote. 
               Bispo, teólogo e um dos mais importantes pais da Igreja Cristã. Os pensamentos e escritos de Agostinho, mais tarde canonizado, influenciaram decisivamente o Cristianismo e a filosofia do Ocidente. Dotado de vivo pensamento crítico, sempre guiado unicamente pela razão, Santo Agostinho aceitava a história da criação do mundo narrada no Velho Testamento, mas encarava como uma simples "descrição simbólica" e não como um relatório de fatos reais. Segundo ele, o Pecado original de Eva era a prova de que Deus previra o matrimônio casto, sem luxúria. Dizia que a desobediência de Eva legou ao mundo o desejo sexual sem limites e destruiu a forma inicialmente pura da procriação. Segundo dizia, Deus redimiu o homem do "Pecado Original" enviando um novo Adão, seu filho Cristo e pelo batismo o homem passou a alcançar a absolvição do Pecado Original. Entretanto Santo Agostinho afirmava que o instinto sexual ainda é uma falha da natureza humana. Ele considerava moralmente aceitáveis  as relações sexuais no casamento quando servem à procriação. Considerava a volúpia como pecaminosa, mas admissível. Mais tarde a Igreja afastou-se dessa concepção agostiniana. São Tomás de Aquino (1225 x 1274) afirmou que a volúpia não era contra a natureza e sim um dom de Deus, que só é permitido no estado matrimonial e unicamente a serviço da procriação. 
                Esses fatos com Santo Agostinho se passaram a mais de 1500 anos. Mesmo depois de tanto tempo a Igreja continua insistindo em manter tradições que só servem para criar sofrimento aos seus próprios seguidores. 
             Há um grande mistério no seio do Cristianismo: quando tomado em estado puro, incompatibiliza o homem com o mundo profano e "pecador". Jesus Cristo, que muito depois de sua morte deu nome ao Cristianismo, na verdade, foi o mais incompatível homem com o mundo cristão. O Cristo de Nazareno era um homem simples e muito pobre que pregava o bem e o amor a todos, mas a Igreja que herdou seu nome acabou milionária e poderosa. Na Idade Média chegou a ser a maior e quase única potência mundial, nomeando reis, depondo monarcas, marchando à frente de imbatíveis exércitos, confiscava bens e saqueava cidades inteiras. Continua sendo a hierarquia romana e a maior potência financeira e política do mundo. Ela está em praticamente todas as cidades, grandes e pequenas do globo. Tirar da forja divina do Evangelho o ferro candente da alma cristã e fazê-la arrefecer ao contato com o mundo real é tarefa muito difícil. 
             O instinto sexual tem como objetivo central a procriação.  Ele é comando pelos hormônios sexuais e são tão poderosos que não se pode resistir às suas determinações. 
                     Criou-se a ideia de que ser religioso é ser assexuado, mas isto não é verdade. Muitos crentes se negam a ver que tanto os padres como as freiras e outros religiosos de nível mais elevado, são pessoas comuns e com os mesmos instintos e desejos sexuais que todos sentimos.
                 Recentemente foi descoberto um papiro que prova que Jesus tinha uma esposa. Em 10/04/2014 o Jornal G1 da Globo publicou uma matéria sobre este assunto onde diz que já está provada sua legitimidade.  
                     Tudo é energia. O corpo de todos os seres é feito de matéria existente neste planeta, mas é regido pela energia cósmica que recebe do sol. Sem a energia solar não há vida, portanto o sol é o deus da vida.

                   As palavras do homem cósmico pouco valem pelo que dizem, mas muito pelo que silenciam. Todos sentimos a presença da energia cósmica em nossos corpos, que neste planeta é emanada do sol,  e suas reticências fazem suspeitar muito mais do que a sua eloquência. O panorama que descortinam é universal. As pessoas sabem ou sentem que, para além da extrema linha do horizonte, se alargam mundos e universos incomparavelmente maiores, mais complexos e belos. Portanto, o homem cósmico empolga e fascina muito mais pelas invisíveis perspectivas que insinua do que pelos visíveis panoramas que descortina. É natural que esteja sempre insatisfeito consigo mesmo e isto geralmente acontece porque não consegue transformar em palavras entendíveis aquilo que sabe e sente em seu interior. Suas conexões cerebrais com a energia universal ficam guardadas no seu mundo pessoal. Seus magros triunfos e seus pobres escritos na maioria das vezes passam despercebidos e a humanidade cega continua sua crença milenar nos imaginários deuses que lhe foram incutidos na mente pelas religiões. A religião e a política são as duas formas mais utilizadas para dominar o intelecto do homem. 


               O homem genial estaria mentindo para si mesmo se alardeasse sapiência, pois a confissão da ignorância é a porta aberta para a sabedoria.  Só pode celebrar a plenitude da sapiência quem ignora a vacuidade da própria insipiência. 
Nicéas Romeo Zanchett 

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