A INFIDELIDADE FEMININA
Por
Nicéas Romeo Zanchett
A independência econômica, a diminuição da religiosidade e os modernos métodos de anticoncepcionais permitiram que as mulheres passassem a desfrutar das mesmas liberdades que os homens. Muitas, embora não troquem o casamento pela aventura extraconjugal, já não abrem mão do prazer proporcionado por uma relação às escondidas. Para elas os amantes solteiros têm preferência, mas até um amante casado é melhor do que nenhum amante.
Os homens, um pouco assustados, parecem não estarem conseguindo acompanhar essa rápida ascensão, pois as mulheres estão ocupando espaços que antes nem era possível imaginar. Elas estão em toda a parte. Nas artes, nas ciências, na literatura, na política, no judiciário e até na polícia, onde ocupam cargos e posições que sempre foram exclusividade dos machistas companheiros.
No auge da civilização grega, em Atenas, as mulheres não tinham mais direitos políticos e legais que os escravos. Passavam a vida sujeitas à autoridade absoluta do seu marido ou de um parente masculino mais próximo. Não lhes era permitido nenhum tipo de educação que não tivesse como objetivo melhor servir aos homens que as mantinham. Eram condenadas a passar a maior parte do tempo nos aposentos destinados às mulheres e se submetiam a casamentos arranjados pelos homens. Uma esposa raramente fazia refeições com o marido, principalmente se ele tinha convidados. Nas poucas vezes em que saia de casa estava sempre acompanhada. Nessas ocasiões, não lhe era permitido levar consigo mais do que três peças de vestuário. Caso saísse após o escurecer, tinha que ser de carruagem e com uma lanterna acesa indicando sua presença. Era impedida travar conhecimento com qualquer homem que não fosse o marido ou parente. Um marido podia repudiar a esposa sem motivo e tinha razões legais para fazê-lo se, por milagre, conseguisse cometer o adultério. Já a esposa só podia obter o divórcio quando houvesse fundamento de provocação extrema, os quais não incluíam a pederastia, que já era comum na Grécia antiga, e tampouco o adultério que, para os homens, era considerado normal.
Apesar das diferenças ainda serem marcantes, estamos caminhando a passos largos para uma situação de igualdade também no casamento. Entretanto ainda existem diferenças muito grandes, principalmente na questão de remuneração por trabalhos de igual valor.
Mesmo a mulher moderna, continua sendo criada para encarar o sexo como algo que vem associado ao afeto, e isto se transforma numa espécie de repressão. O mesmo já não acontece com o homem que faz uma distinção bem mais clara dos aspectos físicos e emocionais. É por essa razão que o impacto emocional da mulher numa relação extraconjugal é muito maior.
A presença das mulheres, cada vez maior, no mercado de trabalho é um facilitador para as relações de amizades masculinas e consequentemente do adultério feminino. As casadas que trabalham fora tem mais oportunidade e possibilidade de enganar os maridos. Isto geralmente acontece com colegas de trabalho, clientes e amigos mais próximos.
Um outro fator de grande importância, tanto para o adultério como para o divórcio, está relacionado ao aumento da expectativa de vida. No início do século XX o cidadão vivia em média 47 anos. Hoje ele pode ultrapassar facilmente os 75 anos. Portanto, antes era muito mais fácil cumprir o juramento "até que a morte nos separe". A morte chegava bem mais cedo.
Os motivos que levam à infidelidade feminina são muitos: o desejo de vingança, a busca de um amor, atração por um romance, atração física, além de muitos outros. Entretanto as mulheres não estão em busca apenas de sexo. Para a maioria delas, as emoções contam muito e "traem" em busca de amor. Aquilo que para o homem é apenas uma aventura descompromissada - um namoro sexualizado -, para a mulher é um romance. Um fator interessante é que para a mulher madura - acima dos 40 anos - o sexo fora do casamento é como uma busca pela juventude. Já as mulheres mais jovens cometem adultério movidas, principalmente, pela atração física. É a força dos hormônios que as impulsiona.
A monogamia continua existindo, mas está tomando uma forma que nos faz lembrar o conselho do poetinha Vinicius de Moraes: "Que seja eterno enquanto dure". Uma pessoa passa três anos sendo fiel a um companheiro, depois separa, passa mais alguns anos sendo fiel a outro e torna separar. E a vida segue em frente sem sentimentos de culpa.
A infidelidade pode ter um grande poder de auto-análise, tanto para a mulher como para o homem. As experiências extraconjugais podem lhe trazer maior clareza do seu amor pelo parceiro, aumentando seu carinho e atenção.
Toda a experiência é válida a partir do momento que alguma vivência seja obtida para melhorar a própria vida. Pode ser um momento para refletir e verificar que estava plenamente satisfeita com seu casamento e que não necessitava de relações sexuais fora dele.
A maioria das mulheres preferem se realizar no próprio casamento e viver tranquilamente com seus maridos. Muitas, depois da "traição" mergulham num profundo sentimento de culpa. Sentem-se imaturas, sonhadoras e concluem que nada justifica sua atitude.
A mulher, pela própria natureza maternal, tem um forte sentimento de defesa da família. É, sem dúvida, uma herança ancestral. Toda a vez que está ameaçada pela liberação dos costumes, tem uma reação de defesa.
O casamento monogâmico e indissolúvel pode não ser o melhor lugar para se desenvolver o aprendizado da sexualidade, que fica muito limitada, mas é bom para a sociedade e para a criação dos filhos.
Nicéas Romeo Zanchett
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