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quarta-feira, 1 de maio de 2013

A SEDUÇÃO DAS LINGERIES

A SEDUÇÃO DAS LINGERIES
       Não há homem que resista ao charme de uma mulher vestida de lingerie. Trata-se de um velho fascínio da intimidade feminina que, mesmo nesta época de descontração da sociedade, faz com que qualquer homem sinta o coração bater mais forte diante de um belo exemplar feminino em trajes íntimos.  As mulheres libertas dos rígidos espartilhos que lhes comprimiam o estômago e o diafragma, estão a cada dia mais sensuais e erotizadas. 
         Tudo começou com a criatividade da senhora Herminie Cadolle, feminista, dona de uma butique na Rua Chausè d'Antin que nos fundos de sua loja na capital francesa, produziu o protótipo do primeiro sutiã. A brilhante ideia de Herminie foi cortar a parte de cima dos incômodos corpetes de um espartilho. Sua primeira versão ainda lembrava muito os corpetes tradicionais, mas já era livre dos cordões amarrados nas costa. Esse acessório do charme feminino viveu altos e baixos desde quando entrou para a história  em 1889. No início, seu caminho foi difícil e muito contestado, principalmente por questões religiosas, chegando a ser queimado em praça pública. Sua volta triunfal se deu na década de 60 quando se integrou definitivamente ao colo feminino.
         A maioria das pessoas desconhecem que os velhos espartilhos eram mais uma forma de tortura das mulheres para satisfazer as fantasias masculinas. Até l.880, as mães costumavam deitar suas filhas de bruços no chão e com um pé sobre suas costas  apertavam ao máximo os cordões de seus espartilhos. Era um sofrimento tão grande que provocava problemas respiratórios, digestivos e circulatórios. Muitas vezes até causavam aborto em mulheres em início de gravidez. Tudo era permitido em nome dos padrões de beleza da época que exigiam as chamadas cinturinhas de vespa. Durante muitos séculos, os espartilhos foram considerados vestimenta obrigatória  no guarda-roupa e no corpo da mulher. 
          Quando se fala em moda feminina pensa-se logo que sua origem foi na França. Mas o uso de  espartilhos  vem dos primórdios da civilização. Na Ilha de Creta foram encontrados afrescos de mocinhas com seios levantados e cinturas superfinas. Já na antiguidade (1.500 a.C), tanto na Grécia quanto no Império Romano, peitos generosos  já eram sustentados  por sufocantes espartilhos. Na Idade Média (séculos XI e XIV) os seios eram cobertos por bandagens, às quais eram superpostas um doublet (espécie  de espartilho) e um colete justo, tudo de forma a dissimular sua exuberância. Só no século XV as coisas começaram a mudar; o espartilho, ainda que obrigatório, não mais achatava os seios, mas, ao contrário, valorizava o busto. Até essa época os espartilhos eram feitos de madeira ou de barbatanas de baleia que teve o fim do seu uso na Renascença. Além do espartilho usava-se a "basquine", um corpete mais curto e confeccionado em tecido rústico, duro e engomado, para disfarçar o seio. O objetivo era achatar a parte superior do corpo da mulher.  Nessa época passou-se a confeccionar os espartilhos com barbatanas de metal, os "corps de fer". Por volta do século XVII, e até a I Guerra Mundial, o espartilho passou a ser acompanhado de ombreiras ou ser trocado pleo "gorge trompeuse", uma espécie de frente única feita de panos amarrados no pescoço. Em 1912, portanto, 22 anos depois do primeiro passo, a revolucionária Herminie desenvolveu um modelo semelhante ao que conhecemos hoje, feito com algodão e seda.
           Em 1.902 o francês Gauche-Sarraute lançou o espartilho sem barriga; o sucesso foi imediato e passou a ser conhecido como porta-seios, mas houve resistência por parte dos fabricantes que eram homens que dominavam a industria de lingerie; eles insistiam em não acabar com os espartilhos tradicionais que, segundo diziam, além do lucro lhes garantia a virtude de suas esposas. 
            Em 1.914, Mary Caresse Crosby, dona da Editora Black Sun, tida por muitos como a inventora do sutiã, patenteou a famosa peça como sua exclusiva invenção. Sua aparente esperteza não foi muito longe, pois acabou cedendo seus direitos por míseros 50 dólares. 
            A palavra sutiã já é usada desde 1.907, mas somente em 1.915 apareceu pela primeira vez no dicionario - Oxford English Dictionary. 
            Até a década de 20, os seios sempre apareciam comprimidos e unidos de forma artificial; foi então que o famoso estilista Paul Poiret, precursor da silhueta da década de 20, teve a feliz ideia de separá-los; o sucesso foi imediato e se mantém até hoje. 
           Na Primeira Guerra Mundial, por falta de mão de obra, as mulheres foram convocadas para trabalhar na produção de armamento. Foi nessa época que elas começaram a lutar por seus direitos e o sutiã apareceu como o símbolo de suas lutas; elas exigiam que essa peça de sua vestimenta servisse não apenas para sustentar seus seios, mas também para modelá-los. Em razão disso, nos anos 30, eles começaram a ser produzidos em tamanhos diferentes que variavam do A - tamanho pequeno - ao D - extra grande -. 
           Durante a Segunda Guerra Mundial houve escassez de seda e os sutiãs passaram a ser confeccionados de forma elástica para servir a vários tamanhos de seios. Surgia então as novas peças feitas com materiais de fibra sintética.  O tradicional "corselet-ceinture" (um modelador que prendia até embaixo) foi trocado pelo "corselet-gorge" (um corpete mais curto que já permitia uma certa liberdade à mulher). Por sua vez, o "corselet-gorge" foi substituído pelo "soutien-gorge" (o sutiã de busto). 
           Analisando a história do sutiã, podemos constatar que o que para muitos é visto como moda, na verdade, não passa de contingências de uma época e da evolução dos costumes. O sutiã veio para ficar, tanto que o último dos espartilhos com barbatanas  de metal foi fabricado em 1925.  
           A vitória do sutiã é sobretudo uma vitória do movimento de libertação da mulher. 
           Hoje, com tantos novos materiais à disposição dos designers, cada vez mais criativos, comprar um novo sutiã é tarefa corriqueira, mas é importante conhecer a verdadeira história e obstáculos que as mulheres tiveram de vencer para ter o simples direito de usar a vestimenta que se tornou um dos maiores símbolos da sua sensualidade. 
            Os seios são formados por gordura, glândulas e pele; e são sustentados pelos músculos que saem da altura dos ombros e chegam até a metade do peito e também por uma rede de pequenos músculos que vem das costas. Para manter o busto firme e o colo bonito, é importante mantê-los sempre confortavelmente bem colocados.
            Um busto bonito e sensual depende dos cuidados que você tem tanto com a proteção deles, quanto com a pele que os envolve. 
             Seios, pequenos ou grandes, não dispensam o uso de sutiã. A mulher se libertou dos torturantes espartilhos, mas não há como se livrar da lei da gravidade. Uma das principais funções do sutiã é sustentar para manter a elasticidade da pele e evitar a flacidez. 
           Para que você, mulher, não caia nas armadilhas dos modismos atuais, antes de escolher o seu, pense nos conselhos abaixo, dados por especialistas. 
            1/ Nunca se deixar envolver apenas pela beleza e sedução da peça, esquecendo sua função principal que é de porta-seios; como o próprio nome define, é carregar e proteger o busto. 
            2/ Se você tem seios grandes precisa de um sutiã que ajude a reduzir o volume de forma natural e a não sobrecarregar a musculatura das costa. Deve ser confortável e com alças de sustentação firmes para não machucar os ombros; prefira os de corte anatômicos, com cinturão de reforço na parte inferior e laterais. 
             3/ Se você tem seios médios, os sutiãs com bojos pré-moldados se adaptam a esse tipo de seio com perfeição. Para seu maior conforto, escolha modelos que tenham tiras de reforço nas laterais e na parte inferior. 
              4/ Se você tem seios pequenos, os modelos tipo "lenço", com bojos de formatos triangulares, são ideais; as laterais estreitas dão maior liberdade de movimento. 
              5/ Se você é adolescente e seus seios ainda estão em desenvolvimento, é importante usar sutiã desde o primeiro momento, quando começam a se desenvolver; isso irá garantir um crescimento saudável. 
             6/ Não dispense o uso de sutiã até mesmo na hora de dormir; ele deve ter alças firmes, ser do tamanho exato do seu busto e com tiras de reforço nas laterais e parte inferior. 
             7/ O apoio das costas é importante ; o sutiã deve ficar ajustado ao corpo, sem subir a toda hora. Os fechos devem ser bem protegidos, de modo a não irritar a pele. 
              8/ As alças devem estar na medida certa, sem repuxar ou marcar os ombros. Curtas demais, erguem o busto, mas massacram a pele suspendendo o reforço das costas. Se os seus seios são grandes, prefira modelos de alças largas, que tenham mais elasticidade nas costas do que na frente, o que facilita os movimentos. As alças inteiriças com regulagem nas costas (ou sem regulagem, mas com boa elasticidade) são as melhores. 
              9/ O bojo do sutiã deve ser bem arejado e de tecido elástico, sem apertar: o tamanho correto é quando se pode passar um dedo, com relativa facilidade, entre a borda e o corpo.
             10/ Verifique se o modelo forma pregas no bojo. Quando isso acontece, o sutiã está grande ou pequeno demais. Se o bojo é pequeno, o tecido dos seios acaba empurrado  contra o tórax ou então para as laterais, e o resultado são rugas e até estrias. 
             11/ Excesso de gordurinhas debaixo do braço ou no alto da borda do sutiã significa que o modelo está muito justo, muito pequeno ou, então, que não se adapta ao seu tipo de busto. 
             12/ Seios razoavelmente firmes e pequenos permitem o uso de sutiãs em jérsei de lycra fina ou de algodão, que modelam sem achatar. Manequins acima de 44 devem preferir os modelos em tule de lycra: embora mais resistentes, oferecem igualmente um aspecto de seio livre. 
             13/ Os sutiãs meia taça, com suporte de arame, são ideais para ressaltar bustos pequenos ou valorizar os médios (até 44). Eles não prejudicam os seios, desde que se ajustem ao manequim e tenham um bom revestimento feito por tecido macio. Mas, atenção: são absolutamente contra-indicados às mulheres que fizeram "mastectomia"(retirada de um seio) ou cirurgia plástica, uma vez que a armação pode pressionar a zona da cicatriz. 
            14/ Se você pratica esportes ou faz ginástica, adquira sutiãs especiais para essas horas: feitos em tecido absorvente, eles defendem a pele das irritações provocadas pelo suor, protegem a área sensitiva dos mamilos, além de minimizarem os efeitos do balanço contínuo, causado pelos exercícios ou corrida.
            15/ Modelos na cor da pele têm suas vantagens; sutiã colorido ou estampado só fica bem com roupas grossas e o preto só com roupas escuras, uma vez que, sob transparências, fica vulgar o uso de cores (a menos que seja no tom exato da roupa). 
            16/ Quando a roupa exige um sutiã sem alças, esteja alerta; manequins 38 e 40 permitem sutiãs sem alça e sem armação, mas, para seios maiores, um reforço extra - arame revestido por algumas camadas de tecido macio, para não marcar - é fundamental.
            Quando a mulher se veste e se vê na intimidade, o importante é sentir-se bonita e confortável. O sutiã tem uma relação muito especial com o corpo da mulher; é como se fosse parte dele e o importante é a sua própria satisfação e bem estar. 
             A mulher moderna prefere peças praticas, mas sem abrir mão do conforto. O importante é a liberdade de movimento, seja em sutiã tipo camiseta ou em um modelo com algum detalhe em renda.  A mulher clássica prefere tradição, caimento perfeito, peças que modelem com firmeza, tons neutros, como bege e branco. A mulher romântica prefere transparências delicadas, profundos decotes, aplicações de rendas, bordado, laços, estampas delicadas, cores suaves e tecidos macios. 
             Mais que um acessório sedutor, o sutiã tem como sua principal função sustentar e ajudar a firmar os seios. As mulheres que, em nome de uma pseudo-liberdade de busto solto, o aboliram, pagaram um alto preço com seios flácidos e caídos. Seios soltos são frágeis e expostos a qualquer alto impacto, como acontece durante exercícios ou corridas. Os seios são compostos apenas de pele glândulas e gordura. Ou seja, representam uma área delicada do corpo feminino; uma glândula que começa a se desenvolver na puberdade, aumenta muito durante uma gravidez e diminui após a menopausa, uma vez que são dependentes dos hormônios produzidos pelos ovários. Além disso, seu tecido conjuntivo e adiposo, ricamente vascularizado, é sujeito à distensão. Portanto, todo o cuidado é pouco e usar o sutiã certo é o melhor a fazer para preservá-los. 
              Além de redesenhar o perfil da mulher, hoje o sutiã é planejado para sustentar o peso dos seios e controlar os efeitos do balanço, tudo isso sem perder  de vista o conforto e a liberdade feminina. Além disso, tornou-se um indispensável acessório de beleza. 
             Cresce dia-a-dia a adesão da mulher moderna à cultura física. Em vista disso muito se tem discutido sobre as vantagens e desvantagens  do sutiã durante os exercícios. Diante do assunto, professores de educação física, fisiatras e cirurgiões plásticos são unânimes numa conclusão: o ciclismo, a ginástica, a corrida, os esportes em geral, ao mesmo tempo em que enrijecem as coxas e afinam a cintura, podem arruinar os seios. Portanto, cuidado com os modismo inconsequentes e siga os conselhos dos especialistas no assunto.  
              A beleza dos seios é a característica mais desejada  tanto pelos homens como pelas mulheres. Esta zona erógena da mulher, que carrega a imagem da própria maternidade, simboliza também a fertilidade e purificação e talvez por isso desperta tanto desejo. 
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Nicéas Romeo Zanchett 
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