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terça-feira, 30 de abril de 2013

CASAMENTO CELIBATÁRIO

CASAMENTO CELIBATÁRIO

O casamento celibatário é quele onde o casal, mesmo sentindo amor e atração, já não sente mais a necessidade de sexo. 
     Freud sempre considerou o homem como um animal sexual. Em seus livros, ele prega que o sexo é vital e que ninguém pode sobreviver sem ele. É evidente que essa afirmação é exagerada, pois o número de casais que vivem felizes e sem sexo é muito grande. 
     Do ponto de vista biológico, o casamento é uma necessidade para a reprodução da espécie. (Quando falo a palavra "casamento" estou me referindo à vida conjugal de um casal - homem e mulher-) . Por outro lado, a reprodução sexual trouxe consigo a necessidade evolutiva da morte. É a clássica renovação que se dá para que o idoso ceda  seu lugar a um jovem com capacidade para reproduzir.  Sem considerar as implicações metafísicas ou religiosas do tema, há clara visão das razões naturais da morte e a necessidade para unir os sexos e garantir a continuidade das especies.
      O seres unicelulares -não sexuados- que povoaram os mares primitivos da Terra não tinham necessidade de morrer. Morriam apenas por razões acidentais, como mudanças nas condições ambientais ou falta de alimento. Os parentes mais próximos desses seres, que ainda hoje sobrevivem, são as bactérias que, de certa forma, são virtualmente imortais, uma vez que nunca envelhecem. Já as células humanas saudáveis cultivadas em laboratório não apresentam a mesma vitalidade. Reproduzem-se algumas vezes e depois param e morrem.  A diferença está no fato de que a bactéria é sua própria célula reprodutiva. Ela não precisa de sexo para passar seu DNA às próximas gerações: basta realizar uma divisão celular para produzir outra bactéria, exatamente idêntica a ela. Entretanto os seres pluricelulares  que se reproduzem por meio do sexo como os humanos são um tanto mais complicados. Seus corpos são constituídos de trilhões de células, com especializações distintas, que compõem diferentes tecidos e órgãos. Toda essa complicada máquina está a serviço de umas poucas células especiais, chamadas germinativas - os óvulos e espermatozoides  que conjugados produzem uma nova vida, garantindo que o DNA seja transmitido adiante. 
        Na medida em que envelhecemos, a manutenção do corpo saudável torna-se cara, biologicamente falando. As células reprodutivas já cumpriram, ou pelo menos tiveram a chance de cumprir sua missão e não há mais sentido em se conservar e deixam de se renovar. As células velhas acabam morrendo, em um processo chamado "apoptose" - morte programada, uma espécie de suicídio celular. Aos poucos, o corpo como um todo vai envelhecendo e também morre. 
         Do ponto de vista afetivo tudo é mais simples e fácil de entender. Ao envelhecermos, os hormônios reprodutivos tendem a se acalmar. Há uma quietude natural que desvia as atenções para outros prazeres da vida. Tomemos como exemplo a mulher; o envelhecimento produz uma diminuição gradual da resposta sexual,  embora mulheres em idade avançada sejam capazes de ter orgasmos. Pouco antes da menopausa começa a lenta redução dos níveis de estrógeno, afinando os tecidos da vulva - que demora mais a ficar lubrificada para a penetração. Ao parar de menstruar, o nível da testosterona, hormônio responsável diretamente pelo desejo, reduz em cerca de dois terços.  O amor, antes forjado pelo intenso desejo, agora se torna fraternal, mas muito mais intenso. Nessas condições os parceiros podem tornarem-se celibatários e continuarem juntos e muito felizes. 
         Quando somos jovens nossos pensamentos estão sempre ocupados com a sexualidade. É natural porque estamos na fase reprodutiva. Nesse período da vida, um casamento de muito tédio e pouco sexo, transforma o leito conjugal num templo de monotonia.
         Pesquisas recentes, apontam o sexo - heterossexual ou homossexual - como a área de maior atrito entre os casais.  Mais de 90% das separações acontece porque não há mais entendimento na cama. As mulheres culpam os homens de as tratarem como objetos e esses se queixam da frieza de suas parceiras. Quando um casal - não interessa se homo ou heterossexual - tem relações, o que acontece na maioria das vezes é que cada um se preocupa com seu prazer sem pensar no parceiro. No fundo cada um considera que o outro lhe pertence. Trata aquela pessoa como se fosse sua propriedade e não quer dividi-la com ninguém.  Gera ciúme, irritação e brigas. Muitas delas extremamente violentas. 
          Depois do evento da pílula anticoncepcional, o sexo liberou os instintos individuais e passou a ser mais uma forma de lazer. Essa forma se transformou numa grande indústria sexual que envolve bilhões de dólares em todo o mundo. 
         Todos envelhecemos e, portanto, todos seremos celibatários. Alguns mais cedo, outros mais tarde. O foco das prioridades muda radicalmente e o sexo, que antes era prioridade,  entra para as estatísticas como um prazer eventual e muito mais movido pelo amor fraternal do que pelo sexual. O importante, para ser feliz, é saber aproveitar cada fase da vida. Manter a vitalidade durante toda a vida significa estar disposto a reavaliar constantemente seu modo de pensar sobre as coisas que fazem parte do seu dia-a-dia. E isto começa, por exemplo, desde o perfume e o sabonete que usa a seu casamento.  Implica em permanecer aberto a novas experiências, enfrentar novos desafios, preocupar-se mais em aprender do que em estar certo. Não importa se você está com 20, 50 ou 80 anos, a chave para pensar a vida está na flexibilidade. Manter-se envolvido e entusiasmado - em vez de deixar ser levado monotonamente ao sabor da correnteza; o caminho mais curto para embotar o cérebro é sepultar-se noite e dia em frente da TV. O que nos mantém jovens e atraentes à medida que vamos ficando mais velhos são os nossos interesses - ler, escrever, cozinhar, cuidar de plantas e animais, ficar às voltas com as crianças e qualquer outra atividade de que  se goste. 
        Até recentemente, os cientistas acreditavam  que as células do cérebro, ao contrário das outras do corpo, perdiam a capacidade de se regenerar - e milhares eram perdidas todos os dias. Isso significa que o cérebro, como o corpo, ia perdendo a eficiência com a idade. Estudos recentes realizados por especialistas em envelhecimento, provaram que as células do cérebro e os neurônios podem regenerar-se sim. Cérebros continuamente expostos  a um ambiente  rico em estímulos - companhia inteligente, novos desafios, novas idéias - tem um desempenho melhor até do que cérebros mais jovens. Mantendo-nos ativos e pensantes, podemos conseguir que nossos cérebros continuem brilhantes e jovens até o último dia de nossas vidas. 
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Nicéas Romeo Zanchett 
http://artesplasticasliteraturaefilosofia.blogspot.com.br 



domingo, 14 de abril de 2013

O DESRESPEITO À VIRGINDADE DA MULHER

O DESRESPEITO À VIRGINDADE DA MULHER
       O desrespeito à mulher é secular e mesmo nos dias atuais, em muitos lugares, elas ainda são consideradas propriedade dos homens.
        Muitas das populações primitivas, semibárbaras e até mesmo totalmente selvagens, valorizam a condição virginal da mulher, chegando a exigi-la para o casamento, ou pelo menos a festeja-la quando encontrada. 
        Certos povos africanos tinham o costume bárbaro de costurar os lábios da vulva das virgens (infibulação) a fim de fechar o orifício da vagina até o matrimônio, momento de desfazer por incisão a ligadura ou acolamento dos tecidos. Esta era também a providência usada por beduínos da planície Bejuda, ao norte de Chartum.  Fatos como esses aconteceram também em múltiplas regiões da Rússia, Lituânia, Finlândia, Portugal e outros países antigos.
          Entre os povos africanos da Núbia, Abissínia, Angola, Africa Ocidental, podia o marido repudiar a esposa não virgem ou, nesse caso, receber uma espécie de indenização sob forma de haveres, principalmente gado (bois e vacas).
           Por outro lado, também levados pela selvageria e ignorância, muitos povos tinham o costume de contratar estranhos para o defloramento de suas virgens que eram conhecidos como "perfuradores" experientes. Assim era entre os visayas ou bisayas, na Filipinas e na Nova Caledônia. Eles consideravam que as mulheres não desvirginadas eram indesejáveis por algum motivo oculto, qualquer defeito ou má qualidade que faziam com que não fossem desejadas por ninguém.  Visava, pois, o desvirginamento pré-matrimonial ao preparo da esposa para poder dar prazer ao marido. Outros povos interpretavam  o defloramento das virgens como oferenda da sua condição aos deuses através de seus representantes, os sacerdotes ou feiticeiros. Assim procediam certos povos negros da Senegâmbia, os acowaschen e kumares na América, os índios na Nicarágua e também grupos indianos e habitantes de Malabar. 
         No Camboja o defloramento era feito pelo sacerdote com o dedo mergulhado em vinho, com o qual, depois, praticava unção na fronte, seguindo-se a sua ingestão pelos pais e parentes da noiva. No Egito havia também este mesmo costume, mas o defloramento da noiva era praticado pelo marido e com o dedo envolto em lenço de musseline branco, seguindo-se a sua exibição aos pais e convidados.  O mesmo ainda acontecia na ilha Samoa, segundo testemunho de Stübel e de Kramer em obras de 1896 e 1903 respectivamente. 
        A exposição de roupas ensanguentadas da noiva ou dos lençóis, após a primeira noite nupcial, como prova do defloramento pelo coito, dominou muitos povos primitivos até o século 16. 
        Certas tribos índias do Canadá: iroquezes, hurons, algonquins tinham um costume que consistia na obrigação do casal de jovens permanecer sem contato sexual durante um ano, ou mais, apesar de regularmente unidos pelo ritual do casamento. Já as raparigas do Tibé tinham ostensivo brio sexual e usavam no pescoço tantos colares quantos amantes tivessem tido e isto para elas era motivo de muito orgulho. 
       São inúmeros os grupamentos humanos não civilizados, no passado ou no presente, estimando ou não a castidade pré-matrimonial das mulheres. Entretanto, nada ultrapassa a maravilhosa inventiva das "mil e Uma Noites" de Sheherazade  e Shahrigar, o sultão que, para ter certeza de que não seria traído, mandava matar no dia seguinte toda aquela com a qual passasse a noite. Conta-se que Sheherazade, a bela filha do seu grão-vizir, a fim de escapar à morte, entreteve o sultão mil e uma noites com suas atraentes histórias. Sabe-se hoje que se trata de coletânea de lendas de origem pérsia e hindu. Retrata a luxuriosa vivência com as mulheres o ardoroso poema "Jardim Perfumado"que, à semelhança do Kama-Sutra, indiano, recomendava nada menos que vinte e cinco posições para o coito perfeito. 
       Em várias regiões arábicas era praxe que o marido realizasse o defloramento da esposa na noite nupcial enquanto convidados e parentes conversavam no quarto ao lado. Legislava também neste sentido o Alcorão, livro sagrado: "Quando possuirdes uma virgem, fazei reunir na câmara vizinha os vossos amigos..."  Também era costume o marido, apos a noite de núpcias (geralmente em 7 noites de ritual), levar a roupa ensanguentada da cama aos pais da moça, proclamando com orgulho e satisfação: "Que alá purifique as vossas faces. Vós, de fato, mantiveram pura a vossa filha..." Caso, entretanto a jovem não fosse presumida virgem, poderia o noivo repudiá-la, ou pelo menos receber de volta a soma do seu pagamento feito à família. 
      No mundo árabe, geralmente por motivos religiosos, a vida das mulheres continua complicada. Não obstante dominados pelas delícias do convívio sexual, os homens arábicos jamais se libertaram do mau juízo que fazem das mulheres, atribuindo-lhes inclinação inata para a mentira, infidelidade, cupidez e astúcia. Daí adotarem a reclusão rigorosa e sua permanente vigilância. Reza neste sentido o Alcorão, a Bíblia islâmica onisciente, atribuindo aos próprios maridos a responsabilidade da escolha das esposas: "Mulheres honradas devem ser sempre obedientes, leais e reservadas. A condição essencial das moças árabes para o casamento ou separação por venda é a virgindade. A jovem desde cedo sabe que deve guardar seu "tesouro da castidade" e quando encontra seu pretendente proclama ameaçadoramente: "Sou virgem por Alá!".  Não escapou, entretanto, a sabedoria do Alcorão que, certas vezes, pode-se relevar a fraqueza de uma virgem incauta: "Se quiserdes perdoar a uma rapariga que vos enganou com uma falsa virgindade, eu o permito..." ou, mais especificadamente ainda: "Se for uma mulher com a qual tiverdes contratado casamento, repudiai-a imediatamente; mas, se for um rapariga que vós tiverdes comprado à sua família, ou a um mercador, ou ainda adquirido na guerra, fechai-a sozinha  nos seus aposentos durante o espaço de duas luas. Que ela não possa ver ninguém, nem comunicar-se com qualquer pessoa durante esse tempo. Perdoai-lhe em seguida não voltando nunca mais a falar no assunto..."
        Quando o defloramento de filha solteira ou sua gravidez se tornava conhecido do pai, (no passado) poderia o fato levá-la à morte; mais comumente nos nossos dias, provoca sua exclusão de casa, seguida de inexorável vingança da família sobre o sedutor ou a um membro feminino de sua família. A violência não poupava ninguém. Basta pensar que poderia consistir em decepar-lhe as mãos. 
         Ainda hoje, donzelas árabes devem sempre conservar os olhos baixos na presença de homens. Proíbe o Alcorão que as mulheres exibam a sua beleza física, determinando que as vestes recubram todo o seu corpo, ou melhor, "tudo o que se acha acima dos joelhos e abaixo do umbigo..."  Belos cabelos ou longas tranças constituem, para os pretendentes, os maiores atrativos das jovens, cujos rostos e bocas devem também sempre permanecer ocultos por véus. Resultado disto é que "a revelação de qualquer pequena parte do corpo torna-se repleta de significação erótica" inclusive as mãos, cujo simples contato, ao serem seguradas, têm expressivo significado sensual. Também a circuncisão masculina era obrigatória e recomendada no Alcorão antes do casamento Em certas tribos de beduínos, como prova de bravura, os jovens praticavam o sacrifício de verdadeiro escorchamento da pele, abrangendo o ventre, a partir do umbigo, incluindo o escroto e faces internas das coxas. Atualmente este costume já não existem; foi proibido pelo governo da Arábia Saudita. Quanto ás mulheres, em certas tribos, praticava-se também a excisão do clitóris e grandes lábios vulvares, como se fazia no Egito, Núbia, Abissínia, em algumas áreas do Sudão e múltiplos agrupamentos selvagens africanos. Ainda hoje, em alguns lugares, esse horror continua acontecendo. 
        Tudo isso decorre da afirmativa de propriedade  da mulher pelo homem, aliada à satisfação de sua vontade quanto a não ser comparada com antecessores no primado sexual de sua virgindade. Enquanto o ser humano permanecer ignorante, respeitando e praticando religiões com pregações absurdas, esses crimes contra as mulheres, em maior ou menor grau, continuarão acontecendo. Felizmente muito dessa ignorância secular está sendo revista e abolida em várias partes do nosso pequeno mundo. Cada um de nós tem o dever de informar esses fatos seculares, mas tão recentes, à todas as pessoas. Só assim poderemos vislumbrar a completa libertação das mulheres.
Nicéas Romeo Zanchett 

O CIUME PATOLÓGICO

O CIUME PATOLÓGICO 
      A paixão pode ser uma perigosa fronteira entre o amor e a loucura. Quando estamos apaixonados temos nosso equilíbrio orgânico alterado pelo poder irresistível dos hormônios sexuais. É tão poderoso que afeta até mesmo a nossa aparência física, transformando-se tanto num tratamento de beleza quanto num destruidor de belas feições. A origem da nossa pele é a  mesma do sistema nervoso, a crista neural. Tanto que nos casos de estresse e de infelicidade, aparecem micoses, eczemas e até queda de cabelos. O ciúme patológico sensibiliza todo o corpo e altera seu funcionamento neuroquímico. Quanto muito acentuado, esse desequilíbrio, leva o apaixonado a um estado de loucura muito perigoso. Ele se anula, investe tudo na pessoa amada e não consegue ver mais ninguém a seu redor. O doente apaixonado vive obcecado pelo medo de perder sua amada. É capaz de verdadeiras loucuras para agradar ao outro e muitas vezes perde a capacidade de se concentrar em suas rotineiras atividades. O pior é que geralmente nem percebe que está à beira do abismo.
      Sentir ciúmes é basicamente sofrer por uma situação hipotética, decorrente de interpretações distorcidas que o cimento faz dos sinais que percebe. Os sentimentos gerados por ele são tão primitivos que muitas vezes nos arrastam a atitudes completamente fora do nosso padrão de comportamento. 
      A relação amorosa cria laços únicos, talvez os mais intenso que somos capazes de formar. Além do envolvimento sexual há a união, cumplicidade e entrega. Quando uma traição vem romper esses laços, a raiva que sentimos é proporcional ao afeto anterior. Portanto, quanto maior o amor mais perigoso é o ciúme.

      A reação ao sentimento de ciúme por uma traição é diferente entre os sexos. A mulher ciumenta busca desesperadamente uma forma de salvar a relação. Já o homem, na mesma situação, fica mais enraivecido, mas a maior preocupação é proteger sua auto-estima. Com a entrada em cena de uma rival, algumas mulheres se encolhem, enquanto outras ficam tão tomadas pela disputa que "vencer" se torna a questão principal. Essas reações estão ligadas à infância e são explicadas pela psicanálise como fantasias relacionadas ao complexo de Electra. ( aquela idade entre os 4 e 7 anos que as meninas competem com a mãe na conquista do pai). Com a chegada da idade adulta, qualquer rival que ameace o equilíbrio de uma relação amorosa reaviva esses sentimentos reprimidos. 
      Em geral quando estamos com ciúmes reagimos com gritos, choro, acusações ou até mesmo com um silêncio ressentido. Nesse contexto, nem apresentamos nossos sentimentos de forma clara, nem criamos um clima propício para discutir o assunto amigavelmente. Basta imaginar que a pessoa amada está interessada por alguém para que nossos dias se encham de sofrimento. E tanto mais sofremos quanto mais somos desconfiados, vendo ameaças onde não existem. 
       Os ciumentos mais violentos são as pessoas possessivas e inseguras. Para elas o amor sempre se  transforma em armadilha, pois estão certas de que, se não controlarem a pessoa amada, ela irá trair ou até sair de sua vida. Por serem dessa forma não conseguiram desenvolver a própria autonomia e com essa atitude tentam fabricar uma identidade para si através da "fusão" com o parceiro, de quem ficam dependentes. Diante de uma desconfiança entram em pânico e com medo de que sua metade possa deixá-lo. Não são raros os casos extremos que levam ao crime.  
        O sofrimento causado pelo ciume sempre vem acompanhado da vergonha e da culpa por sermos ciumento. Melhor seria se, em vez de ficarmos horrorizados com nossos sentimentos, tentar entendê-los e aceitá-los. Às vezes a sexualidade desenfreada que atribuímos ao nosso parceiro é apenas aquela que nós mesmos gostaríamos de estar vivendo.
        Ao contrário do que muitos pensam, o ciúme exagerado não é  prova cabal de amor, mas de insegurança e falta de confiança no parceiro por quem está apaixonado. O ciumento é abusivo e pode destruir o amor e a confiança da outra pessoa. Torna-se muito difícil estar num relacionamento no qual tenha que se manter sempre na defensiva e constantemente culpado por tudo o que acontece à sua volta. Tudo é muito cansativo e nenhuma explicação parece satisfazer o ciumento. Esse permanente estado de atenção gera estresse e muitas vezes o ciumento se torna dependente dos esforços que seu parceiro faz para não provocar suas suspeitas. A vítima do ciumento também pode ficar dependente das incessantes exigências que ele faz. Um relacionamento assim geralmente não tem futuro, pois o ciumento não muda a não ser diante de um ultimato. Ele precisa de terapia para se livrar das ansiedades que motivam seus ciúmes exagerados, mas dificilmente reconhece a realidade para buscar ajuda. 
       A diferença entre o ciúme normal e o patológico se confundem. Em sua forma normal pode ter uma função biológica ancestral. De acordo com os antropólogos, se não fosse necessário para evolução da espécie, esse sentimento já teria desaparecido. A paixão equilibrada é aquela cujo amor é estrutural, que gera felicidade e é o melhor cosmético que a natureza criou para manter a beleza. Quando a pessoa está apaixonada a pele fica mais bonita, os olhos brilham, os cabelos ficam mais sedosos. 
         Como tudo na vida, o amor e a paixão também precisam ser equilibrados.
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Nicéas Romeo Zanchett 

sábado, 13 de abril de 2013

ONDE MORA O DESEJO

ONDE MORA O DESEJO
        Reconhecer onde mora o desejo é uma das portas para o pleno prazer, mas a maioria das mulheres ainda tem muita dificuldade. O mundo já se encarrega de colocar a mulher para baixo; se ela própria não se amar tudo fica mais difícil. O homem desde menino é estimulado a se tocar, a mulher não. 
         Conhecer o próprio corpo e localizar onde está o prazer tem sido alguns dos temas mais estimulantes para as mulheres. Desde os anos 60 a mulher busca viver sua sexualidade de forma mais plena, mas não tem tido a chance que merece porque a cultura a rotula como imitadora de mulheres liberais e até como prostituta. 
       A consciência do próprio corpo e do prazer que ele pode dar passa pelo autoconhecimento. Reserve um tempo só para você. Comece conhecendo seu corpo em todos os detalhes. Olhe para o espelho e toque-se sem pudor; sinta-se bela, sensual e irresistível; descubra as sensações que cada toque proporciona. Mesmo que seu objetivo seja o orgasmo, procure não pensar nele. Se você só pensar no gozo que terá, talvez nem o consiga. Se conseguir não será tão prazeroso, pois você não estará totalmente  preparada. O prazer vai aumentar gradativamente e o orgasmo acontecerá quando você estiver bem excitada. 
      Sinta-se através de suas roupas e toque seu corpo com texturas diversas - plumas, pele, couro, ceda - apalpando regiões diferentes e variando as posições. 
       Para muitas mulheres com parceiro fixo, a auto-satisfação dá muito mais prazer do que as relações com o companheiro. Isso é muito comum nos dias de hoje porque os maridos vivem numa eterna corrida contra o relógio e não dispensam atenções suficientes para as esposas. 

       Na frente do espelho observe-se enquanto se excita. Examine cada detalhe do seu sexo; os lábios externos são as dobras da vagina que tem pelos; os lábios internos são as dobras sem pelos e eles se encontram na parte de cima formando uma capa que cobre as glândulas clitorianas. 
        Muitas mulheres gostam de se masturbar, mas ainda são vítimas do sentimento de culpa. Um sentimento que vem depois da prática do sexo solitário; é um mal que atinge até as mulheres que se consideram livres e emancipadas, mas deve ser superado. lembre-se que ao se dar prazer você não está traindo e nem prejudicando ninguém. 
         A maioria das mulheres atinge o orgasmo estimulando o clitóris. Use uma das mãos para abrir seu genital e a outra para estimular o clitóris; coloque um ou mais dedos dentro de si mesma e sinta como é este prazer. Friccione seu clitóris tocando nos pequenos lábios ou puxe-os e friccione diretamente o clitóris; faça movimentos sobre todo o seu aparelho sexual com uma das mãos. Muitas mulheres gostam de se masturbar massageando o clitóris, mas sentem muito mais prazer quando põe a mão sobre a vagina e fica brincando com ela até atingir o gozo.  Outras gostam de utilizar alguma coisa como um pênis artificial (desses encontrados em sex shop). É muito importante que cada uma descubra o que mais lhe dá prazer. 

      Se antigamente a mulher não podia demonstrar que sentia prazer, agora tornou-se quase obrigatório ter orgasmo. Para isso é muito importante se auto-conhecer e a masturbação é o modo mais prático, seguro e inofensivo. A mulher que usa "brinquedinhos" tem mais facilidade para se auto-conhecer e aprenderá a não se preocupar tanto com a performance  na hora do sexo com o parceiro. A falta de desejo é um dos problemas das mulheres, mas o principal é que elas se sentem cobradas a dar e "sentir" prazer. Para muitos parceiros ter orgasmo vaginal com seu pênis é fundamental. Ficam patrulhando se a mulher gozou ou não. Para eles é uma forma de auto-afirmação de sua virilidade. Algumas mulheres sabem fingir muito bem, mas outras ficam angustiadas e é exatamente isso que as impede de ter qualquer prazer. Se auto-conhecer é o melhor caminho.
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Nicéas Romeo Zanchett 

A BELEZA E SENSUALIDADE DOS SEIOS

pintura a óleo 
Romeo Zanchett 
A BELEZA E SENSUALIDADE DOS SEIOS
      Os seios sempre foram a musa inspiradora de pintores, escultores e poetas. Eles são o primeiro atrativo que todos temos logo após o nascimento. 
      Desde o inicio dos tempos os homens tem olhado, medido, pintado, fotografado, esculpido e venerado os seios das mulheres. 
 Renoir    
     A beleza dos seios é a característica mais desejada tanto pelos homens como pelas mulheres. Esta zona erótica da mulher, que carrega a imagem da própria maternidade, simboliza também a fertilidade e purificação e talvez  por isso desperta um grande desejo. 
Romeo Zanchett
     A exibição do peito nu, cada vez mais frequente nos dias atuais, pode ter descaracterizado o colo da mulher, mas isto não deserotizou a beleza e nem a sensibilidade dos seios femininos. Essa relação de amor que todos temos pelos seios vem da infância quando os sugamos pela primeira vez. dede então ficamos presos a eles pelo resto de nossas vidas. Talvez por essas razões despertam, tanto no homem como na mulher, um grande desejo. 
     Os seios são, sem a menor dúvida, os mais lindos e desejados ornamentos femininos. Não é atoa que as mulheres vivem preocupadas com seu tamanho e configuração.
     
Renoir
      Nos jogos amorosos a mulher encontra enorme prazer  quando seus mamilos são tocados, beijados ou sugados pelo parceiro ou parceira. Durante a atividade sexual, os estímulos táteis transformam-se em sexuais potencializados por importantes fatores secundários que são o envolvimento emocional e a intensidade daquele momento. O prazer que os amantes sentem no contato com os corpos é para a mulher o maior estímulo que ela pode receber. Talvez  porque foram feitos para amamentação e amor maternal elas sentem grande prazer nesta região do corpo.  Todas adoram ser tocadas, manipuladas e sugadas, mas tudo deve ser feito com a maior delicadeza. 
 Renoir
      Algumas mulheres não possuem sensibilidade nos seios, mas a maioria são tão receptivas que ao serem habilmente manipuladas chegam facilmente ao orgasmo. Há casos de mulheres que tem orgasmo ao amamentarem seus bebês. Uma coisa é certa: nenhuma mulher gosta que seus seios sejam manipulados com rudeza. É uma região erógena extremamente sensível. Por essa razão elas tem tanto medo de ter seus seios maltratados como os homens de receber um pontapé nos testículos. Durante o período de menstruação os seios de muitas mulheres ficam tão sensíveis e delicados que elas não suportam qualquer tipo de carícia. 
        Vamos continuar pintando, desenhando, esculpindo, acariciando e sugando, não apenas os seios, mas tudo o que elas tem de tão sensual e belo. A mulher é um templo de amor e prazer.
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Nicéas Romeo Zanchett
http://artesplasticasliteraturaefilosofia.blogspot.com.br 







O SEXO DURANTE A MENSTRUAÇÃO


O SEXO DURANTE A MENSTRUAÇÃO 
      A menstruação não é um obstáculo à vida sexual da mulher.
      Embora alguns casais não vejam com bons olhos as relações sexuais mantidas durante o período menstrual, isso não passa de um tabu. Nem a mulher está indisposta nessas ocasiões, nem a sua capacidade de sentir prazer é menor; ao contrário, muitas se tornam até mais exitáveis. Dores de cabeça, cólicas, etc. são passageiras e nem sempre acontecem. A ideia de associar as regras femininas à impureza  tem origem numa moral religiosa que não procede. Homem e mulher devem viver sua relação amorosa sempre que sentir vontade. Quando ao que pode ou não pode ser feito em tais situações, depende do gosto pessoal de cada um.
       A ideia de que as mulheres tem mais desejo quando termina a menstruação não tem fundamento. Para as mulheres, existem períodos distintos: o anterior e o posterior à ovulação.  Uma mulher que não esteja na menopausa e nem sob efeito de pilulas anticoncepcionais, segrega o hormônio conhecido como progesterona após a ovulação, o que pode motivá-la sexualmente.  Mas este apetite sexual, comum a partir do quinto dia da menstruação, é sentido por muitas na segunda metade do ciclo. O mecanismo do desejo é complexo e não permite uma simplificação ginecológica; os hormônios são mensageiros entre os órgãos e as zonas de decisão da libido. Uma coisa é certa: a primeira metade do ciclo, geradora do estrogênio, tem como função assegurar o amadurecimento do óvulo e preparar confortavelmente a chegada dos espermatozoides até o útero. Isso pode gerar a necessidade mais intensa de fazer amor. 
        Na verdade o desejo das mulheres é imprevisível e cada caso é um caso. Não podemos analisa-as  apenas pelo lado científico porque existem outros fatores  gerados pelos sentimentos pessoais. 
        COMO É VISTA A MENSTRUAÇÃO EM CERTAS CULTURAS.
         Algumas culturas e religiões consideram que a mulher quando está  menstruada é impura para praticar o sexo. O Alcorão, Bíblia muçulmana, impõe rigorosa restrição às mulheres quanto à pratica do ato sexual neste período.  Igualmente abstêmio de contato sexual com a mulher deve ser o marido no curso dos dias de jejum religioso, bem como durante três semanas quando, por acaso, regressa de longa viagem.  Curiosamente, não permite o Código do Direito Civil muçulmano que o marido se divorcie da mulher (processo geralmente sumário) no decorrer do período menstrual.  Por outro lado, o Alcorão autoriza que os devotos de Alá tenham até quatro esposas, embora também numerosas concubinas  O próprio Maomé, que era monógamo até os 50 anos, por amor à sua opulenta e idolatrada esposa Khadidja, apos sua morte teve nove esposas e duas concubinas.  
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Nicéas Romeo Zanchett 
http://gotasdeculturauniversal.blogspot.com.br 
     

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O SEXO NA ANTIGA CHINA

          
O SEXO NA ANTIGA CHINA  
      Em nossos dias ainda existe muita repressão sexual na China, mas, comparando com tempos antigos podemos observar a rápida evolução  que os meios de comunicação e a influência ocidental tiveram sobre a sexualidade das mulheres. 
       Por longos séculos as mulheres chinesas sofreram a tirania patriarcal na qual eram simples mercadorias de troca ou venda nos matrimônios agenciados pelos pais. Principalmente as sogras e as concubinas martirizavam as esposas com suas exigências de servitude ou rivalidades. 

     Em certas famílias nobres a  castidade das moças eram resguardadas a fim de valorizá-las para o himeneu. Entretanto, os pais ensinavam-nas como se comportarem sexualmente depois de casadas. Para tanto se utilizavam do instrutivo livro Hua-Yung-Chien-Chen e também o Kama-Sutra indiano que eram mostrados e explicados detalhadamente todas as posições no coito. 
      Nas classes pobres e remediadas, as filhas eram impelidas pelos pais à prostituição, embora temporária, e com nomes trocados. Eram alugadas às casas azuis (Tsing Lao) ou aos barcos floridos (Hoc Thing), especie de cassinos flutuantes, onde acumulavam dinheiro obtido de figurões políticos ou ricos comerciantes. Estes haveres eram destinados a servirem de dote para futuro casamento e fixação no lar. 
      Em 1861, na pequena cidade chinesa litorânea Arnavy, com 300.000 habitantes, havia nada menos que 3.600 bordéis. Abundavam, sobretudo em Cantão e Xangai, as casas "singson" ou prostíbulos com luz vermelha na porta. 
      Muitos imperadores chineses notabilizaram-se pela sua desenfreada paixão por mulheres. O veneziano Marco Polo, ao voltar de sua viagem, contou que o grande Imperador Kublah Khan  não só tinha 4 esposas legítimas como ainda possuía centenas de concubinas que anualmente mandava recrutar nos seus vastos domínios, a fim de o servirem por turnos de 5 cada vez, todas as noites. O Imperador Wu-Di, para facilitar a escolha, costumava percorrer os jardins do palácio em charrete puxada por uma cabra e, quando o animal espontaneamente parava em frente à porta de um alojamento de mulher, ele a elegia como a escolhida para aquela noite. Conta-se que todas as mulheres passaram a agradar a cabra do Imperador oferecendo-lhe alimentos, e, a partir de então quem passou a ficar indecisa foi a cabra... 
      Na cronografia das dinastias chinesas é comum encontrarmos figuras de imperadores devassos como, por exemplo, o Imperador Zhou, o malígno, que costumava dar festas com florestas de carnes e piscinas de vinho, nos quais os convidados de sexos opostos acabavam perseguindo-se nus como também, à  maneira de Nero, decidiu incendiar o palácio.

      Uma das provas do requinte e egoísmo sexual doas antigos homens chineses é o tradicional hábito de amarrar os pés das meninas desde os 7 anos para reduzir a sua superfície ao ponto de quase imobilizá-los e transformando assim as criaturas em bonecas que, no seu entender, ficavam graciosas e excitantes para o sexo.  Este costume é atribuído à bailarina Yiau Niang, chamada de "andorinha que voa", e cujos pés atados por faixa de seda, quando dançava sobre um lotus de ouro, faziam-na parecer áurea e atraente aos olhos do Imperador Li-Hen-Zen. 
       Ainda estamos longe de ver o fim das maldades e repressões sexuais contra as mulheres, mas, com a globalização  e as facilidades dos meios de comunicação, é certo que teremos grandes  progressos.
Nicéas Romeo Zanchett