NA CAMA, SOB O COMANDO DAS MULHERES
Sob pressão social e religiosa, a maioria das mulheres cresceu acreditando que eram frias, que moça direita não pensava em prazer sexual, que só as ninfomaníacas e as prostitutas cogitavam de tomar iniciativas durante o ato. Até hoje, na verdade, fortes marcas dessa crença tomam grande parte do tempo nas consultas de psicólogos, analistas, psiquiatras, sexólogos e terapeutas em geral. Mesmo mulheres jovens e modernas costumam revelar, no consultório, que ainda se escandalizam com a própria sexualidade.
Felizmente, hoje, os adultos não mais reforçam a velha ideia de que o papel das meninas é ser cortejada pelos meninos. Em consequência, as novas gerações já vão se acostumando com a id eia de que também as meninas têm perfeitas condições de declarar o que sentem, de fazer a proposta de namoro. O passo seguinte se dá na cama, onde a mulher decide o que deseja de seu homem. Essa nova mentalidade vai se consolidando, contornando os obstáculos ainda existentes e firmando a nova mulher com posição mais ativa para o amor.
Já vai longe o tempo em que todas as mulheres - ou quase todas - se limitavam a deitar, abrir as pernas e deixar toda a ação amorosa por conta dos homens. Elas, asustadas e ingênuas, pouco ou quase nada sabiam e simplesmente procuravam não atrapalhar o prazer do parceiro.
Hoje, a relação sexual pressupõe que a mulher também tome a iniciativa. Tanto na hora da conquista como no momento do ato sexual, um número cada vez maior de "belas e frágeis" se recusa ao antigo papel de passividade completa, automática. Embora ainda existam os machistas atrasados no tempo, a maioria dos homens não se queixa. Pelo contrário, até preferem essa divertida divisão de tarefas na hora do sexo.
A revolução sexual das últimas décadas, especialmente nas cidades e entre pessoas mais bem informadas, conseguiu sepultar os conceitos desumanos que prevaleciam na vida dos casais. Durante longo tempo não se supunha que a mulher pudesse ter alguma satisfação. Era exatamente o oposto: estava preestabelecido que o jogo do sexo reservava alegrias e gozos só para o homem. A mulher, se quisesse atingir um orgasmo, tinha que recorrer a outros métodos como a masturbação ou com alguma amiga na mesma situação.
Algumas, mais ousadas, até conseguiam desafiar a sociedade nos braços de um amante secreto.
Durante séculos e séculos, milhões de mulheres passaram a vida inteira sem conhecer a menor alegria nos seus contatos sexuais. Muitas passaram grávidas toda a vida sexualmente ativa. Eram verdadeiras escravas mantidas para o prazer dos homens e a procriação. Não sem razão, essas mulheres simplesmente odiavam qualquer ideia relacionada com o sexo. Para elas era uma atividade que, na prática, só significava mais bebês e mais trabalho.
Ainda hoje, existem homens perplexos com a nova mulher que o tempo fez surgir. Imaginam que tudo é de sua responsabilidade, pois ele é quem tem o pênis e a ereção depende de sua vontade. Logo, não se pode ter uma relação sexual apenas quando e como a mulher deseja. Muitos até se sentem pressionados e impossibilitados de cumprir sua parte diante de uma mulher ativa.
Para a mulher, muito provavelmente, a maior vantagem em assumir o controle do ato sexual está em poder criar o cenário mais satisfatório para ambos desfrutarem do prazer que o sexo pode proporcionar. Mesmo quando a mulher está feliz com sua vida amorosa, surgem ocasiões em que ela deseja um tipo específico de estímulo erótico - ainda que isso signifique usar seu parceiro como objeto sexual.
Ao contrário do que se poderia supor, os homens adoram servir como objeto dos prazeres de suas parceiras. Nessas situações em que a mulher assume o comando da ação, elas acabam escolhendo a posição que mais lhes agrada. Por cima, por baixo, de lado, pela frente ou por trás, cada mulher - assim como qualquer homem - tem a posição que mais lhe dá prazer. Para o homem, que deseja sempre agradar sua parceira, essas ocasiões até permitem liberar, sem nenhuma diminuição em sua virilidade, fantasias passivas - um certo prazer oculto, nunca confessado, em desempenhar o papel passivo do ato sexual, sem receio de parecer efeminado ou homossexual.
Quando são levadas a abrir a alma, as mulheres, começam falando do prazer e excitação que sentem ao comandar a relação sexual. Sentem-se poderosas e com forte sensação de dominadoras, de poderem até estuprar os seus parceiros.
Não se pode negar que muitos homens ocultam a fantasia de serem possuídos, e também mulheres que ocultam a fantasia de estuprar seus parceiros. Esses exemplares, naturalmente, contituem extemos, embora existam em proporções significativas.
Para o prazer total, sem culpas nem barreiras, vale a regra geral da sensatez. Juntos devem abrir caminhos para descobrir o que mais dá prazer e o que mais desagrada a cada um.
Nicéas Romeo Zanchett
http://amoresexo-volume1.blogspot.com.br
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