O SEXO E A GRAVIDEZ
Nicéas Romeo Zanchett
Durante o período de gravidez, a sexualidade e o relacionamento de um casal podem ser perturbados por diversos fatores físicos e psicológicos. Se o relacionamento não for de boa qualidade, a vida amorosa tende a ficar temporariamente prejudicada.
Muitas pessoas imaginam que a mulher grávida não sente vontade de sexo. As atenções de parentes e amigos são todas dirigidas para a criança que vai nascer e isto pode afetar, emocionalmente e sexualmente, tanto a mãe como o seu parceiro. É importante salientar que durante a gravidez, a mãe transmite todos os sentimentos ao embrião que está crescendo em seu útero e, portanto, se ela estiver infeliz, a criança absorverá essa tristeza. Quando existe o receio de um aborto nos primeiros meses de gravidez - principalmente quando isso já ocorreu antes - a mulher fica psicologicamente perturbada e sem disposição para o sexo. Com essa preocupação, ela não consegue descontrair o suficiente para entregar-se ao amor. Por sua vez, o homem pode absorver essa preocupação e achar que o ato sexual representa um perigo para o andamento natural da gravidez. Quando isto acontece, o casal evita até uma simples carícia, temendo que isso provoque excitação sexual.
A mulher grávida geralmente engorda muito e perde, temporariamente, parte de seus encantos. Daí surge uma espécie de medo de rejeição por parte do marido. Algumas, apesar de ficarem enormes, ainda conservam a beleza e o charme originais. Os peitos crescem, ficam volumosos e os mamilos escurecem e isto é uma forma de erotismo que atrai muitos homens. Está comprovado que a maioria dos homens acha suas parceiras ainda mais atraentes quando estão grávidas, principalmente quando eles participam e acompanham ativamente o desenvolvimento do feto.
Durante a gravidez o desejo sexual da mulher varia tanto quanto seu humor. Isto precisa ser compreendido e respeitado pelo parceiro.
Na primeira gravidez, em geral, as mulheres sentem-se menos interessadas em fazer sexo nos primeiros três meses. É uma faze de ajustamentos psicológicos com certa ansiedade sobre o nascimento do primeiro filho. Nesse período acontecem os conhecidos enjoos, cansaços e insônias que a deixam sem disposição para a prática sexual. Entretanto, quem já teve filhos consegue passar por esta faze com naturalidade e raramente sente indisposições ou falta de desejo. Muitas vezes os afazeres domésticos e/ou o trabalho externo a deixam muito cansada e, portanto, sem vontade de fazer amor. É importante que o parceiro colabore para que ela não fique sobrecarregada de afazeres.
Em gral, no segundo semestre da gravidez o impulso sexual da mulher aumenta. Algumas chegam a ter maior interesse por sexo do que antes da gravidez. Por outro lado, existem mulheres que no final da gravidez sentem fortes dores nas costas e tem muita azia que, naturalmente, afastam qualquer desejo.
Tanto para a futura mamãe como para o futuro papai, é importante que haja envolvimento conjunto desde o início da gravidez. O homem deve participar das diversas etapas e acompanhar as transformações do corpo de sua parceira, levando com ela uma vida normal, tal como faziam antes, inclusive tendo relações sexuais até quando isso for confortável para ambos.
Na maioria dos casos não existe restrição alguma em manter relações sexuais, mas é sempre conveniente conversar com o médico para receber orientações adequadas. Cada caso tem suas próprias características que justificam a importância dessas orientações.
Os períodos que compreendem os primeiros três meses e os três últimos devem receber mais atenção. Observar se existe algum sangramento e sempre comunicar ao médico. Nos últimos meses é preciso mais cuidados, pois podem ocorrer sangramentos ocasionais pela pressão do pênis sobre o bebê que estará com a cabeça na altura da pélvis e voltada para a saída.
Algumas vezes, apos o nascimento do bebê, a vagina perde seu tônus muscular. Isso é facilmente resolvido com orientação médica e com exercícios que consiste em tencionar a bacia e os músculos da região.
O retorno à atividade sexual costumeira deve ser gradativo e suave. O homem precisa ter sensibilidade para perceber o quanto é possível avançar.
Se a mulher foi submetida a uma episiotomia (incisão na região do períneo, entre o ânus e a vagina), sofreu algum rasgão ou se sente muito dolorida, podem optar por fazer amor sem penetração, pelo menos nas primeiras vezes. Também é aconselhável o uso de géis lubrificantes. A escolha da posição mais adequada, também pode ajudar, principalmente aquelas em que possibilitam menor penetração.
O corpo humano tem enorme capacidade de recuperação e logo tudo volta ao normal, permitindo que o casal retome suas relações como antes.
Nicéas Romeo Zanchett
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