A VIDA DEPOIS DA SEPARAÇÃO
Os motivos porque os casais se separam são muito diversificados. O processo de ruptura costuma ser doloroso, mas é mais saudável encerrar um relacionamento que está falido do que viver em atritos diante dos filhos e amigos.
O casamento tem três componentes básicos: os funcionais, os psicológicos e os emocionais. Na hora da separação, é preciso cortar esses laços.
Laços funcionais: São laços que se criam quando um casal passa muito tempo junto, mas não há amor. Geralmente esses laços são mais fáceis de serem desfeitos.
Laços psicológicos: Isso geralmente acontece quando um dos parceiros acredita que tem a companhia perfeita, enquanto o outro não se sente satisfeito com a relação. Na hora da separação o primeiro sofre mais e pode ter sérios problemas psicológicos.
Laços emocionais: Esses aços são os mais difíceis de serem desfeitos. Dizem respeito aos filhos e à vida que, mesmo com dificuldades, levam juntos.
Depois de constatado que o relacionamento chegou ao fim, o casal deve concentrar-se na questão da custódia dos filhos e de bens a serem divididos. O ideal é que se mantenha a cabeça fria e que tudo seja resolvido previamente. Assim não haverá grandes conflitos que, na prática prejudicam psicologicamente os filhos.
A saída de um casamento fica mais fácil quando se faz um planejamento sobre como será a vida que cada um terá a partir daquele momento. Nesse roteiro planejado, os filhos nunca devem ser esquecidos. Eles continuarão a fazer parte da vida dos dois. O primeiro passo é cada um concentrar-se no seu desenvolvimento pessoal e procurar alternativas para expandir seus horizontes, seja na área profissional, seja na pessoal.
Os sentimentos de mágoa, de culpa e de fracasso pessoal constituem os piores obstáculos à separação. Uma estratégia, que pode ajudar, é aprender a insensibilizar-se em relação ao medo da mudança, da raiva e da sensação de perda.
As conversas entre o casal que está em fase de separação costumam ser sempre agressivas. Nesse momento é importante que ambos deixem as armas no chão e procurem manter um diálogo de bom nível e respeito mútuo. Trata-se de um momento difícil para os dois. O sentimento de raiva e vontade de lesar um ao outro não é um bom conselheiro, principalmente quando há filhos envolvidos. A melhor atitude é conversar francamente com os filhos para evitar que seus sentimentos não os contamimem. Quando um demonstra raiva pelo outro, os filhos percebem e tendem a tomar partido. Isso pode causar severos danos emocionais. Eles não devem jamais serem utilizados como "massa de manobra". Seria o pior dos mundos.
A divisão de bens e objetos é provavelmente a etapa mais expressiva da separação. É muito dolorido limpar os armários separando as coisas que eram usufruídas em conjunto. Esse processo pode causar ressentimentos, mas não deve nunca ser adiado. Quando alguns objetos de um continuam na posse do outro é porque não houve uma separação completa.
Toda a separação tem um momento de revolta e inconformismo. Isso é natural, mas precisa ser encarado de frente. Assumir a própria tristeza é o primeiro passo para livrar-se dos ressentimentos e da raiva. Lembre-se que você é humano e que precisa tocar a vida para frente. A existência de filhos é mais uma motivação. Eles continuarão a contar com seu carinho.
Um caminho para se recompor é passar algum tempo sozinho - em casa ou fora. Esse período pode trazer bons sentimentos como de liberdade, alívio e entrada em uma nova fase. Pode até ajudar para um futuro relacionamento com menos influências sobre a carência afetiva.
O segredo para quem quer buscar um novo relacionamento é não ter pressa. Não queira alguém apenas para preencher o espaço vazio dexado pelo antigo parceiro. Há casos em que a retomada de uma identidade pessoal ou social chegam a durar dez anos, principalmente quando o relacionamento anterior era bem estruturado.
Muitos separados precisam de ajuda psicológica. Se houver dificuldade para lidar com a separação, é importante que se busque ajuda, seja de amigos para desabafo, seja de profissionais habilitados - psicólogos.
Lembre-se que a vida continua e pode até ser melhor. Depende de cada um saber encontrar o melhor caminho.
Nicéas Romeo Zanchett
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