O DECLÍNIO SEXUAL DO HOMEM
Nenhum homem é imune às transformações orgânicas que gradualmente enfraquecem suas funções físicas, particularmente seu desejo sexual, à medida que envelhece. Depois dos vinte anos de idade, o inexorável declíneo da potência sexual masculina é um fato indiscutível, facilmente visível nas linhas estatísticas do comportamento humano.
Todo o homem de meia idade, independente de sua grande ou pequena satisfação sexual, tende a iludir-se para manter o jogo dos números a que estava habituado antes. Depois de esquivar-se de algumas seções de amor, ele constata subtamente que a freqüência de suas relações sexuais vem baixando ao longo de vários anos. O declínio iniciado aos vinte anos, agora aos 40, já mostra sua indesejável presença. Num primeiro momento vem o desespero pelo temor da impotência. Depois tenta aumentar a média ao nível que mantinha no pleno vigor de sua juventude que, evidentemente, é uma causa perdida.
Os machos humanos sempre relacionaram a virilidade com atividade sexual. Na natureza de todos os animais, o macho sempre persegue e possui a fêmea que o recebe, independente de sua agressividade ou motivação predominante. Este costume também era comum nos ancestrais humanos quando ainda caminhavam rumo à civilidade.
Na sociedade civilizada, a agressividade converte-se em competição por influência, dinheiro ou prestígio. Aos quarenta ou cincoenta anos de idade, a maioria dos homens já fêz uma avaliação realista de suas possibilidades e acomodou-se a uma determinada posição, mas, mesmo sabendo que não conseguirão vencer o tempo, muitos continuam a competir consigo mesmos.
No filme "La Citá Delle Donne", de Federico Fellini, o ator Marcelo Mastroianni vive a fantasia do homem de meia idade num mundo dominado por belas mulheres. Enquanto elas dominam e impoem suas vontades e desejos mais profanos, o homem assiste a tudo inerte, muito confuso e atordoado. Tudo se assemelha a um livre espetáculo promovido por muitas e belas mulheres que não se preocupam com éticas morais e com a própria lei da física que não poupa o homem de meia idade colocando-o como o sexo menos favorecido.
Também no Filme " O Último Tango em Paris", o Ator Marlon Brando vive a fantasia do homem de meia idade com a atriz Maria Schneider, sob a direção de Bernardo Bertolucci. Um drama erótico franco-italiano que provocou a íra dos puritanos e censura governamental em muitos países.
O ponto crucial do problema sexual do homem de meia-idade é a sua reação irracional, e muitas vezes desesperada, contra o índice decrescente de relações sexuais. Embora a baixa freqüência não seja um sintoma correspondente à perda de virilidade, a identificação psicológica que ele faz com a alta potência não lhe permite aceitar, sem conflitos, uma marca mais baixa no costumeiro índice de freqüência.
Fazer uma verdadeira estatística sobre a freqüência sexual dos homens de meia idade é uma tarefa muito difícil, justamente pelo fato que não haver aceitação da realidade. Mas, nos Estados Unidos, o pesquisador Kinsey mostrou que os homens casados, com idades entre vinte e trinta anos, tinham cêrca de um orgasmo a cada três dias. A partir de então, os números caíam em contínua tendência decrescente. Aos quarenta anos, a média era de menos de dois por semana. Aos cincoenta, mal chegava a um orgasmo por semana. A freqüência continuava decaindo e aos cincoenta e cinco mergulhava para menos de um por semana até cessarem aos setenta e cinco anos. Estas estatísticas conincidem com outras nos Estados Unidos e Inglaterra da época.
Com o avanço da ciência médica, produtos como o Viagra, tentam prolongar a vida sexual do homem, mas esbarram em problemas como a própria saúde, que muitas vezes impendem seu uso. Mesmo para aqueles que podem usar de algum artifício para manter a ereção, é preciso considerar que isto não significa garantia de orgasmo. Com o avanço da idade, a capacidade de ter mais de um orgasmo por seção amorosa, cai pronunciadamente. A maioria dos homens com mais de quarenta anos é incapaz de atingir o clímax regularmente repetidas vezes. Com vinte e poucos anos, o homem pode se conservar no auge da excitação, sob contínuo estímulo erótico, por uma hora ou até mais, mas por volta dos quarenta e cinco anos, raramente poderá reter a ejaculação por mais de vinte minutos.
O maior problema é que muitos homens, não sabendo o que lhes está contecendo fisicamente, entram em pânico imaginando sua perda de virilidade. Sua suposição se volta contra si, sente-se inseguro, e muitas vezes se agarra a qualquer coisa, em desespero, para estimular o apetite sexual. Muitos buscam a prova de sua própria virilidade na conquista de mulheres bem mais jovens que muitas vezes só fazem piorar seu estado emocional. A sensação de incapacidade, que começa a assaltar o homem que chegou aos quarenta e alguns anos mais, sem um sucesso decisivo em sua carreia profissional é muito semelhante na questão sexual. Hoje, pelas desconcertantes transformações das práticas de trabalho, há uma enorme frustração nas perpectivas que só aumentam suas dificuldade de adaptação. A capacidade profissional, adquirida por meio de longa experiência, de repente se torna obsoleta em face dos progressos tencológicos. Estas ameaças à sua posição fazem-no extremamente sensível a qualquer indício de velhice. O mesmo ocorre com sua vida sexual. É preciso reagir e adaptar-se a nova realidade que se impõe a cada momento. O bom senso lhe diz que já não mais possui a força e resistência de seus gloriosos anos. Entretanto, isso não significa que, tanto no trabalho como na vida sexual, tudo esteja acabado. Cada um poderá ter sua continuidade levando em conta as limitações que a idade impõe.
Nicéas Romeo Zanchett
http://poesiasselecionadas.spaceblog.com.br
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