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domingo, 24 de novembro de 2013

QUANDO O DINHEIRO PREJUDICA O AMOR


QUANDO O DINHEIRO PREJUDICA O AMOR 
Nicéas Romeo Zanchett 
                 Não são poucas a vezes em que o dinheiro prejudica o amor. 
               A mulher moderna ganhou muito espaço profissional e hoje muitas ganham mais do que os homens. Foi uma maravilhosa conquista, mas tem prejudicado o relacionamento de muitos casais.  Muitas mulheres ganham o dobro do salário de seu marido e aí surgem as desavenças. No princípio vem uma natural satisfação, mas aos poucos, esta diferença salarial torna-se motivo de irritação. É muito comum que o marido, sabedor da condição financeira da mulher, já nem queira mais dividir as contas do condomínio, do colégio das crianças, do supermercado. O sucesso profissional da mulher acaba arruinando o casamento. A mulher vai percebendo que, no lugar do marido, ela tem agora mais um filho, um dependente adulto. E isso é terrível. 
               A mulher que ganha mais do que o marido subverte a regra estabelecida, preconceituosa, de que cabe ao homem prover financeiramente a família, e à mulher cabe prover afetivamente. Trata-se de um velho conceito maniqueísta, que acaba por colocar o homem como antagônico à mulher. 
             O dinheiro sempre foi um símbolo de poder, tanto entre pessoas quanto entre nações. Quando é utilizado para exercer o poder sobre o outro, dominar e subverter o parceiro, a relação se torna perversa. A competição e a disputa também pertencem a este mesmo terreno, já que implicam em vencedor e vencido, um vitorioso e outro derrotado, dois rivais numa luta esterilizante. 
               No caso de casais empresários a relação é ainda mais interessante. Quando cada um tem seus negócios à parte pode surgir uma espécie de competição empresarial. Neste caso é muito comum trocarem opiniões sobre os negócios um do outro, mas jamais devem competir para saber quem ganha mais. Isso acontecendo atingiria toda a família e fatalmente levaria o casamento para o mundo da infelicidade. 
                 Um homem nunca deixa de ser o chefe da família simplesmente porque está ganhando menos do que sua mulher. Uma boa solução seria dividir as despesas naturalmente, sem definir quem é o responsável por esta ou aquela conta. Quando um gasta alguma coisa a mais para a própria satisfação pessoal não pode ser motivo de questionamentos. As mulheres costumam ter muitas despesas pessoais que podem ser com sua beleza, médicos, sua roupa e até com coisas íntimas e isto deve ser feito naturalmente, sem que se sinta no dever de comentar com o parceiro. O casal precisa descobrir que o dinheiro é apenas um acessório que trás conforto. 
                  Muitos casais, racionais, são objetivos e práticos: quem ganha mais paga mais.  Eles simplesmente somam os salários para sustentar a casa e os filhos. Vem daí o nome "renda familiar". 
              Sovinices e mesquinharia são responsáveis pela maioria dos divórcios nos Estados Unidos, símbolo do capitalismo selvagem. 
                 Os homens se acostumaram usar o dinheiro como sua bandeira, não sabem o que fazer desde que as mulheres conquistaram a liberdade sexual e independência financeira. Eles se sentem humilhados , com baixa auto-estima, deprimidos, como se tivessem perdido a única coisa importante que pudessem fazer no casamento. Muito sofrimento poderia ser evitado se as pessoas aprendessem a não confundir amor com dinheiro. Geralmente não é dinheiro que está faltando, mas afeto. A moeda que vale no casamento é o do companheirismo, da cumplicidade, do carinho, do colo nos momentos difíceis.
                 É muito grande o número de mulheres ricas que simplesmente ficam sozinhas por medo de que o homem que lhe demonstra interesse só o faz devido ao seu dinheiro.  Muitas passam a vida toda sozinhas com medo do tal "golpe do baú". Ora, vamos ser felizes que a vida passa rapidamente; hoje existem muitos artifícios jurídicos que podem proteger o patrimônio de possíveis aventureiros. Por outro lado, existem "homens"  e "homens"!  Portanto, não fique numa redoma que a vida lá fora pode ser maravilhosa. 
                 Muitas mulheres que ganham mais do que o marido se sentem mal por terem que pagar tudo. Não é que estejam querendo economizar, mas isto as leva a uma sensação de desamparo e de abandono; é como se o marido não lhe service para nada e elas estivessem profundamente sozinhas. Nesse caso nenhum dinheiro do mundo conseguirá preencher este vazio afetivo. A conjuntura do seu casamento serve apenas para representar sua estrutura emocional frágil. 
               Marido de mulher que ganha mais também tem problemas. Existem casos de homens que agridem não apenas com palavras, mas fisicamente sua companheira porque ela ganha mais.
                 A mulher de nossos dias se tornou muito competitiva e é natural que tenha promoções profissionais. Aí, de uma hora para outra surge um excesso de críticas por parte do parceiro, geralmente sem o menor fundamento. A primeira impressão que ela tem é de que seu marido não a ama mais. Depois de um certo tempo fica claro que a relação começou a se deteriorar a partir de uma determinada promoção. Nesse momento a mulher precisa fazer uso de sua inteligência privilegiada, começar a escutar suas queixas e aproveitar a oportunidade para fazê-lo entender que seu afeto por ele não mudou em nada. Com o tempo e paciência os dois aprenderão conviver com a nova situação. 
                 Por outro lado, é preciso considerar que nem sempre os desajustes matrimoniais são consequências diretas do fato de a mulher ganhar mais do que o homem. Pode ser um fator adicional à desestabilização já existente, já que despertam sentimentos de frustração profissional e pessoal. 
                  Duas pessoas que criam algo juntas estão se dispondo a somar os recursos que possuem. O prazer do casamento é a parceria, o compartilhar de projetos e da criação dos filhos e, acima de tudo, lembrar sempre que casamento não é uma competição. 
Nicéas Romeo Zanchett 

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domingo, 3 de novembro de 2013

GRANDES AMORES DA LITERATURA PARA O CINEMA

GRANDES AMORES DA LITERATURA PARA O CINEMA
Por Nicéas Romeo Zanchett 


Romeu e Julieta
               O amor entre Adão e Eva é sem dúvida o mais divulgado de todos os tempos, mas o amor entre Romeu e Julieta também é tão conhecido que pode rivalizar com o primeiro casal da fábula bíblica. 
                    O casal apaixonado da história de Shakespeare acabou sendo considerado o próprio símbolo do amor absoluto. Morreram um pelo outro. A morte dos dois deixou uma dúvida e uma pergunta que não temos como responder: Se eles tivessem vivido muitos anos juntos, esse amor teria sido tão absoluto como conta a história? 
                     Shakespeare, não sem razão, tornou-se o maior dramaturgo de todos os tempos. Além de Romeu e Julieta, ele criou vários outros casais amorosos, por coincidência ou não, todos eles com final trágico. Um exemplo bem ilustrativo de sua forma trágica de escrever temos Hamlet, o Príncipe da Dinamarca, cuja Ofélia  enlouqueceu de tanta paixão, porque o príncipe se preocupava mais com os problemas do reino  do que propriamente com ela. Othelo e Desdêmona é outra paixão famosa. O mouro de Veneza não suportou a suspeita, instigado pelo "amigo" Iago, de que a fiel apaixonada o traía entrou em desespero e acabou estrangulando-a. Podemos dizer que Othelo é a personificação do ciúme levado ás últimas consequências. Se o príncipe tivesse uma cabeça mais aberta, como acontece em nossos dias, teria aceito o imaginário ménage-à-trois, e tudo teria acontecido de forma diferente. 
                     Outro amor famoso e trágico foi o de Fausto e Margarida. Conta tudo sobre a paixão do soldado Don José pela volúvel cigana Carmen. Aquela linda mulher tinha como passatempo predileto criar intimidades com todos os homens que via. Isso foi por demais doloroso para o valente soldado Don José, que não viu outra solução senão matá-la. 
                    A Dama das Camélias: Marguerite Gauthier e Armand Duval,  formaram outro casal trágico e romântico criado pela imaginação do grande escritor Alexandre Dumas Filho. A desesperadora paixão de Armand Duval  era uma prostituta de luxo que acabou morrendo de tuberculose, deixando-o inconsolável. 
                     Também a feiura de um homem romântico e misterioso, mas inteligente, pode despertar o amor de uma bela mulher. Foi o caso de Cyrano de Bergerac, feio e com um nariz maior que o do Pinóquio, apaixonou-se perdidamente pela bela Roxane, mas não queria que ela o visse. Declarou seu amor por correspondência, fazendo com que Roxane viesse a amá-lo por suas cartas. Inteligentemente escrito para o teatro por Edmond Rostand. O autor mostra como o poder das palavras bem escritas podem despertar o amor de uma mulher, mesmo por alguém que ela, na realidade, não conhece. 

                     O genial escritor Victor Hugo também imortalizou um relacionamento amoroso de impacto. Em O Corcunda de Notre Dame, ele descreve como o Quasímodo apaixonado esconde a cigana Esmeralda na famosa Catedral de Paris. 
                    Um dos grandes épicos de todos os tempos é, sem dúvida, representado pelo casal  Scarlet O'Hara  e Rett Butler de E o Vento Levou. A orgulhosa beldade do sul dos Estados Unidos, durante a guerra, apaixonou-se por um aventureiro, mas depois de muitas idas e vindas, no final se separam. Considerado o clássico dos clássicos, é a história adaptada do livro da escritora Margaret Michell para o cinema, onde fez enorme sucesso. A dupla amorosa tinha um apelo tão grande que se transformou no filme mais famoso da história do cinema, com Vivien Leigh e Clark Gable. 
                     
                    Outra famosa história criada pelo dramaturgo Tennessee Williams foi Um Bonde Chamado Desejo. Ele conta o relacionamento entre a solitária e neurótica Blanche Du Bois que vive uma grande atração pelo cunhado, o rude Stanley Kowalski . Na tela a dupla foi vivida, também, por Viviem Leigh, desta vez acompanhada por Marlon Brando .
                 Mas em matéria de amor nem sempre as coisas são complicadas. A fantasia ficcionista de  um escritor é capaz de coisas simples e complicadas, mas, quando ele é bom, sempre encontra uma forma de dar grandiosidade  à sua história.  
                  Temos a dupla amorosa de Tarzan e Jane que formaram um casal muito especial. Levavam uma vida muito simples e saudável ao ar livre, supostamente praticando atos amorosos (nunca explícitos) em modos e climas paradisíacos.  
                   Em matéria de amor e sexo, mesmo de forma subjetiva, sempre a imaginação humana viaja pela fantasia erótica. Quem já não ouviu falar do amor homossexual entre Robin e Batman, de Mandrake e Lothar? É típico do ser humano inventar histórias e contá-las como verdadeiras. Já se falou de amor homossexual entre Stan Laurel e Oliver Hardy (de O Gordo e o Magro) e até do gatinho Tom com o ratinho Jerry.  
                  
                   Hollywood, criação dos inteligentes americanos, sempre soube como acertar o alvo do sucesso. Logo  em seus primeiros tempos compreendeu que casal romântico era uma fórmula  certa para ganhar dinheiro.  Desde sempre percebeu que determinados atores combinavam melhor com determinadas atrizes. E, como não poderia ser diferente, procurou juntá-los em vários filmes. A primeira dupla de atores, que fez par constante  nas telas, ainda nos tempos do cinema mudo, foi Janet Gaynor e Charles Farrel, cujo maior sucesso foi Sétimo Céu. Ela era símbolo da inocência; ele, do bom moço de família. Mas algum tempo depois  explodiu um casal bem mais quente: Greta Garbo e John Gilbert. O amor fictício acabou passando para a vida real, mas ao que tudo indica unilateralmente, uma vez que a divina Garbo esnobou o galã, como aliás costumava fazer com seus admiradores em geral. Essa condição deu muito o que falar e a língua do povo nunca perdoa. Logo surgiram fofocas de que ela não tinha um gosto muito chegado ao sexo oposto. 
                  Os negócios de Hollywood continuaram dando certo e a literatura teve sua oportunidade de ser levada a um grande número de apreciadores de cinema. Ao longo dos anos, muitos outros pares amorosos surgiram estrelando um filme atrás do outro, como Clark Gable e Carole Lombard, Spencer Tracy e Katherine Hepburn,  Humphrey Bogart e Lauren Bacall, Elizabeth Taylor e Richard Burton. Esses casais, possuidores de uma química explosiva nas telas, também se apaixonaram na vida real. Clark Gable casou-se com a loura Carole Lombard, que morreu cedo num trágico desastre de avião. Spencer Tracy e Katherine Hepburn, de tanto trabalharem juntos, acabaram se acostumando irem sempre para a cama. Mesmo considerando que Tracy era casado com outra, o costume adquirido nas cenas do cinema foi por eles mantido até a morte do ator. 
Humphrey Bogart e Bacall
                   Humphrey Bogart consagrou-se como ídolo dos filmes de gangster. Aos 40 anos de idade foi chamado para trabalhar com a estreante Lauren Bacal, que tinha apenas 19 anos e ainda era virgem. Iriam filmar Uma Aventura na Martinica. As ardentes cenas  de amor do roteiro viraram realidade e Bacal logo perdeu a virgindade. Bogart, apaixonado,  teve de enfrentar uma batalha com a esposa alcoólatra, mas acabou por divorciar-se, casando em seguida com Bacal. Para ambos foi o grande e definitivo amor.  



                     Elizabeth Taylor e Richard Burton foi, sem duvida, o casal mais badalado de todos os ídolos de Hollywood.  Fizeram muitos filmes juntos. Entre eles vale citar Cleópatra, Gente Muito importante, Adeus às ilusões, A Megera Domada, etc. Na vida real viviam entre tapas e beijos. Casaram e se divorciaram duas vezes, tiveram brigas homéricas. Os dois eram alcoólatras  e durante seus pileques costumavam quebrar todos os móveis e utensílios dos quartos dos hotéis cinco estrelas em que se hospedavam, mas eram apaixonados. E esta paixão só terminou com a morte de Burton. Liz Taylor entrou em profunda depressão. 
                     Além dos casais tradicionais, o cinema teve outros pares que ficaram na memória do público. Entre eles Tyrone  Pouwer e Errol Flym que teriam formado um par, fora dos filmes, mas nunca apareceram juntos na tela. 
 
Tyrone Power - No Filme Zorro
Errol Flynn 
                  Nos anos 70, a dupla romântica que estourava bilheterias era, nada mais, nada menos, do que  Paul Newman e Robert Redford. Só que, ao contrário de Tyrone Power e Errol Flynn, apareceram juntos na tela. 




                   Na literatura brasileira temos grandes amores que ficaram imortalizados. 
                   Um caso de grande rumor foi a paixão de Dom Pedro I pela amante Domitila de Castro (a Marquesa de Santos). Podemos imaginar o quanto essa paixão abalou a Corte. 
                   O nosso grande escritor Castro Alves, foi também um grande paquerador. Pode-se dizer que, em matéria de mulher, empatou com Pedro I. Teve um caso famoso com a atriz portuguesa Eugênia Câmara. O relacionamento amoroso foi longo, até a morte de Castro que, como se sabe, ocorreu por tuberculose. Pode-se dizer que é estranho, mas naquela época muitos poetas morreram com esta doença. 
                    José de Alencar nos legou a maravilhosa história de Peri e Ceci em O Guarani, que foi imortalizada e mundialmente famosa pelo nosso grande maestro Carlos Gomes. Sua genialidade concebeu uma história em que um índio chamado Peri se apaixonou por uma jovem branca, Ceci, e por ela foi correspondido.  
                  Com muito cravo e canela, Jorge Amado criou a inesquecível Gabriela. A voluptuosa Gabriela seduziu o turco Nacib com sua natural espontaneidade e principalmente sua sensualidade irresistível.   Com a atriz  Sônia Braga no papel de Gabriela, essa história de amor passou do livro para a televisão e o cinema. 


                    Maria Bonita e Lampião foi um toque de amor na secura do sertão que, com muita sexualidade, explodiu em toda a sua plenitude. 
                    A história se baseia na vida íntima de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Uma mini-série escrita por Agnaldo Silva e produzida pela Rede Globo. Maria Bonita era uma mulher sertaneja que tinha inocência e simplicidade; era casada, sem instrução alguma e, ao conhecer Lampião apaixonou-se perdidamente; foi embora com ele para levar uma vida errante, cheia de riscos, mas também de intensa paixão e aventuras.

Amor e paixão são os dois pilares que sustentam a vida e não podem ser julgados. 
A felicidade de um casal depende desse conjunto. 
O amor não pode ser aprisionado e nem monopolizado porque ninguém é dono de ninguém.
 Quem ama de verdade  é capaz até de dividir a pessoa amada e saberá encontrar a felicidade  no amor que lhe sobrar. 
O importante é o momento  em que as duas almas se entregam mutuamente. Aí está a verdadeira felicidade que só o amor pode proporcionar. 
Desistir de um amor por ciume ou preconceito é o mesmo que desistir de ser feliz. 
Nicéas Romeo Zanchett 
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